Wednesday, May 30, 2018

5 CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO

1 – AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA

Má qualidade da água, destino inadequado do lixo, má deposição de dejectos e ambientes poluídos são recorrências da falta de saneamento e factores cruciais para proliferação de doenças.
Consequências da falta de saneamento básico: riscos à saúde da população.
As doenças com maiores incidências devido a exposição a esses ambientes são: Leptospirose, Disenteria Bacteriana, Esquistossomose, Febre Tifóide, Cólera, Parasitóides, além do agravamento das epidemias tais como a Dengue.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, além dos altos riscos envolvidos, este cenário representa elevados gastos em saúde pública: em 2011, os gastos com internações por diarreia no Brasil chegou a R$140 milhões.  A diarreia, segundo a Unicef, é a segunda maior causa de mortes em crianças abaixo de cinco anos de idade.
Dados da OMS revelam que 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas, 84% são crianças. No Brasil, em 2008, 15 mil brasileiros morriam por ano devido doenças relacionadas à falta de saneamento.
Em 2014, a OMS afirmou que cada dólar investido em saneamento, se economiza 4,3 dólares investido em saúde global. A informação mostra o quão atrelado estão a saúde e o saneamento. Investir em um, afeta os gastos do outro.
2 – DESIGUALDADE SOCIAL
Em estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2016 nos 100 maiores municípios do país, constatou que 90% dos esgotos em áreas irregulares não são colectados nem tratados. Ademais, os serviços de abastecimento de água não chegam nesses locais. Portanto, a água que chega vem de furto através de ligações clandestinas.
Os impactos dessa situação são alarmantes: esgotos correndo a céu aberto, ligações ilegais na canalização que contaminam a água e lixo sendo jogado em locais inapropriados. Estes, são cenários que contribuem tanto para a proliferação de doenças quanto para a desigualdade social.
Em geral, as áreas irregulares, com riscos de deslizamentos e inundações, são excluídas do planeamento, visto a dificuldade técnica para levar esse serviço. Dessa forma, criam-se barreiras para a implantação do saneamento básico e comprometem parte da população a conviver frente às dificuldades e desigualdades.
Consequência da falta de saneamento básico: Cenário de poluição urbana e dos recursos hídricos.

3 – POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Mesmo com a ONU declarando que o acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito essencial do ser humano, ainda há muitas pessoas não sabem o que é possuir água tratada em suas residências.
Na periferia, devido à restrição do acesso ao saneamento, os esgotos sanitários e o lixo doméstico são frequentemente jogados nos rios sem qualquer tratamento. Em contrapartida, o crescimento industrial também contribui para a poluição hídrica visto que muitas empresas burlam a legislação e lançam resíduos industriais nas águas sem, ou parcialmente, algum tratamento.
Com isso, tem-se uma quantidade absurda de águas poluídas. Em um estudo realizado pela ONG SOS Mata Atlântica, no ano de 2016, em 111 rios brasileiros revelou que quase 24% das águas são de qualidade ruim ou péssima. Segundo a lei, águas nessa situação não podem sequer receber tratamento para consumo humano ou para irrigação de lavouras.
Nesse contexto, tem-se outra questão: a redução da água potável disponível. O crescimento populacional demanda maior quantidade de água para consumo. Porém, tem ocorrido o contrário. Pesquisas realizadas pela UNESCO, mostram que o consumo de água aumenta numa proporção de duas vezes o crescimento populacional.
Dessa forma, a situação é alarmante: por um lado tem-se a falta de saneamento e a poluição dos corpos hídricos. De outro, a maior demanda por água potável. O que se sabe é que é necessário bom planeamento para ambos os problemas. Tanto para garantir a universalização do saneamento, quanto para preservar a disponibilidade de água para o consumo humano.

4 – POLUIÇÃO URBANA

Uma das vertentes do saneamento básico é a limpeza urbana e o manejo correto de resíduos sólidos. Com a crescente urbanização, isso nem sempre ocorre em sua totalidade.
O destino adequado para o lixo urbano é o aterro sanitário. O aterro contém estrutura para o tratamento de gases e, incineração ou colecta selectiva. Mas, por tratar de grandes investimentos, as gestões públicas acabam deixando de lado essas práticas gerando péssimas consequências.
O lixo está entre os principais problemas nos grandes centros urbanos devido a destinação incorrera. Os lixões são grandes depósitos a céu aberto com grande probabilidade de contaminação do solo e infestação de doenças. Além disso, as chuvas contribuem para o carregamento do lixo para às cidades e para a contaminação da água.
Lixo sem destino correto aumenta a probabilidade de enchentes.  Por sua vez, elas auxiliam a lavagem das superfícies urbanas contaminadas com diferentes componentes orgânicos e metais. De acordo com a Revista Ciência e Cultura, “os prejuízos devidos às inundações na drenagem urbana nas cidades brasileiras têm aumentado exponencialmente, reduzindo a qualidade de vida e o valor das propriedades”.Consequências da falta de saneamento básico: Enchentes.
Além disso, segundo a OMS, um ambiente poluído é mortal. Principalmente para crianças pequenas, pois seus órgãos e sistemas imunológicos são especialmente vulneráveis ao ar e água sujos. A ONU também tem se preocupado com o aumento do lixo electrónico descartado incorrectamente. A previsão é que esse tipo de resíduo aumente em 19% até 2018, chegando a 50 milhões de toneladas.
Relatórios da Organização Mundial da saúde alertam para o descarte de resíduos electrónicos. Eles podem causar prejuízos à saúde, principalmente nas crianças, incluindo redução da inteligência, deficits de atenção, problemas no pulmão e câncer.
O órgão indica diversas medidas para impedir que problemas ambientais afetem a saúde, especialmente das crianças, tais como investimento em saneamento, higiene nas escola e políticas de planeamento urbano.

5 – IMPRODUTIVIDADE
Em 2014, o Instituto Trata Brasil realizou um estudo em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) denominado “Benefícios Económicos da Expansão do Saneamento Brasileiro”. Os resultados apontam perda de produtividade e renda devido à falta de saneamento básico.
Esse estudo mostra tudo o que já foi tratado ao longo deste texto. O acesso ao saneamento básico melhora a saúde, evita doenças, mortes e amplia oportunidades económicas e a produtividade.
Segundo a pesquisa, a renda per capita do Brasil aumentaria em 6% se todos os brasileiros tivessem os serviços básicos. Além disso, 11% das faltas do trabalhador estão relacionadas a problemas causados por falta de saneamento. 217 mil trabalhadores se afastam de suas actividades anualmente devido problemas gastrointestinais ligados à ausência de saneamento.
Isso afeta directamente na economia: ao ter acesso a rede de esgoto, um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% e resulta em 3,8% de ganho salarial por diminuição das faltas. Não obstante, a universalização dos serviços básicos valorizam em média 18% o valor dos imóveis.
As crianças não ficam de fora das estatísticas. O estudo mostra que o saneamento também melhora o rendimento escolar das crianças, pois diminui as faltas devido a internações. De acordo com a Águas Guariroba, 65% das internações hospitalares em crianças menores de 10 anos estão ligadas à falta de saneamento.
Por fim, o Instituto conclui também, que uma redução de 10% nas perdas com vazamentos, roubos, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água no Brasil reduz o equivalente a 42% do investimento realizado no sistema de abastecimento de água no país.
Pensamentos Finais

E isto é só mais um dos grandes exemplos de demonstração de alguns caracteres humanos,é que enquanto uns tem tudo e desperdiçam e por vezes não aproveitam há outros a precisarem e andarem a passar dificuldades.Incrível onde por vezes pode chegar a ignorância humana.

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